domingo, 22 de maio de 2011

Sobre mulheres e outros labirintos - Os desertos das Anas...


Foi um faz-de-conta bem excêntrico,
Algo entre Tarantino e David Lynch,
Algumas noites de desassossego,
E o desejo que saltava dos olhos.
Eu era uma boa dose de conversa,
Bebida fina, mas que não saciava,
E no afã de aplacar a sede arfante,
Procuravas em outros copos a luxúria da embriaguez.
Mal sabias que eu queria muito mais do que conversas,
Queria o silêncio sonoro da tua boca na minha,
E além de ser a amiga para as noites quentes,
Desejava ser a mulher para tuas noites frias.
A proximidade do teu corpo me deixava aturdida,
E doía poder desfrutar de tua intimidade consentida.
Deixei de perceber a proposta de outros olhares,
Tive na mão alguns cantis, mas essa água já não me bastava,
Minha sede era tão grande que mergulhei em teu oásis falso,
Nadei no seco e afundei no nada.
Estou aprendendo a beber de outras águas,
E a não regar os buracos sem sementes,
Ainda tenho muita sede para matar,
Aceito os cantis e seus pretendentes.

"Troquei um cantil por um oásis falso, tive sede..."
(Ana Emília Primo Cavalcanti)

Beijo pra quem é de beijo.
Abraço pra quem é de abraço.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pela visita. Espero que tenha tido uma boa leitura. Volte sempre... abraços!