quinta-feira, 30 de junho de 2011

Noite de São João


A palavra lançada ao desconhecido,
E a resposta ininteligível,
Os versos soltos inspirados pelo acaso,
E o encontro inesperado e aflito.
Foram tantos beijos encharcados de desejo,
E tantos medos subentendidos,
Alguns momentos regidos pelo silêncio,
Algo entre o atônito e o aturdido.
Uma rede invisível afastava os olhares,
E deixava os sorrisos desapercebidos,
Mas o afã de enfrentar o perigo covarde,
Derrubou as barreiras do outrora intransponível.
Era noite sem brilho, madrugada fria,
E acabei me embrenhando no indefinido,
Reticente e calmo fui me aproximando,
Fui chegando bem perto e fiquei envolvido.
Não pretendo fazer manobras que me deixem em perigo,
E tampouco elocubrar para o além do que for possível,
Mas não temo algumas quedas que porventura me aflijam,
Vou pular de cabeça no doce abismo do desconhecido.

Beijo pra quem é de beijo.
Abraço pra quem é de abraço.

P.S.: esse poema é todo seu, viu?

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Navegante


Sei que há um porto seguro,
Não vejo seu norte,
Nem sigo seu rumo,
Repouso calmamente em turbulentas águas
E confio minha sina numa búlssola biruta,
Tão indecisa, porém precisa.
Corajoso capitão de um barco de papel,
Deixo amores e dores em cada cais,
Já não temo os labirintos do mar,
Já não naufrado nas profundezas do céu.
Sempre que o escuro me intimida,
Apanho lá no fundo uma estrela atrevida,
E meu caminho se enche de luz,
E os bons ventos voltam a soprar
Rumo ao desconhecido,
E no mais inóspito dos esconderijos,
Planto flores, colho amigos
E faço meu lar.

Coimbra, 08/02/2010.

Beijo pra quem é de beijo.
Abraço pra quem é de abraço!