domingo, 28 de novembro de 2010

Ser-tu, ser-não, sei-lá


Eu sou fluido como o vento,
E cada esquina desse mundo me compõe.
Tantos sorrisos, cigarros e tentações,
Universos de desencontros e nenhum deles é o meu.
Eu sou o além do além da física e da quântica
E da mística ininteligível,
Geometria nenhuma me dimensiona.
Houve um espelho que se quebrou em mil pedaços,
Fragmentados, era de dar dó,
Mas teimavam em refletir a mesma imagem,
Distorcidas, apáticas, desfocadas,
Também eu fui quebrado em mil pedaços,
Ando por aí a juntar caco por caco,
Sentimentos e desejos perambulantes ao acaso.
Sou tantos, mas todos verdadeiros.
Vez por outra desconheço alguns meus,
Afogado por um rio de possibilidades infindas,
Águas caudalosas transbordadas de eus,
Luto para emergir e enxergar os tus,
E após tanta briga me agarro nos teus.
Meus eus sem tu ser-não,
Alguns dos meus, são teus, eus.
Há muitos ainda pelo chão,
E outros escondidos nos breus.
O ser-não é um fantasma que me apavora,
Tive medo de serem teus, meus alguns eus,
Mas o vento só nos leva a ti agora,
Devora, sozinhos eus, adeus.

3 comentários:

  1. Roberto, que coisa, não? isso de que poderíamos assinar as poesias um do outro se repete...
    Acho que vc não precisa juntar esses cacos....
    deixa cada caco viver se espelhando em tudo o que reflete... que tal? ;)
    Beeeijos!!! Tô compartilhando no FB!
    :) :) :)

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  2. Boa tarde, poeta!
    o vento me deixou aqui....
    juntei os cacos e devorei sua poesia.

    um abraço...

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  3. Caro Roberto, faz tempo que não venho aqui... Texto complexo, sentimentos difusus. Abraço, bom fim de ano!

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Obrigado pela visita. Espero que tenha tido uma boa leitura. Volte sempre... abraços!