
Amante da noite e dos mistérios da rua,
Abraça sem pudores para aquecer a ninhada,
Astuta e destemida para as lutas do dia,
Perspicaz para enfrentar as feras da madrugada.
Tem a ternura da mãe que se empresta ao filho,
E o sangue fervente dos que têm a coragem,
Tem os olhos e as danças de uma fera no cio,
Intimida os pequenos com seu instinto selvagem.
Com o dom protetor de quem lambre a cria,
Ela arrasta as tristezas por onde passa,
Estrutura seu bando com tamanha harmonia,
Não precisa de macho, pois também vai à caça.
Corre nua pelas matas, percorre novos caminhos,
Já não teme seus moinhos e é dona de suas palavras,
Tem na pele as cicatrizes dos que amam sem medidas,
Vai curando as feridas e desvendando suas ciladas.
À Carolina Pimentel... que de tão grande, não cabe em um poema, mas que de tão intensa, tantos poemas lhe cabem.
Beijo pra quem é de beijo.
Abraço pra quem é de abraço.