quinta-feira, 19 de julho de 2012

    
     Até

Vou dar um tempo,
Aportar em outro cais,
Embriagar-me de madrugada,
Adeus, jamais.
Vou dançar em outro baile,
Andar pela tarde,
De samba em samba,
Sambar a saudade.
E quem sabe amanhã
Essa manha que afasta,
Venha desnuda
Com a boca vermelha,
Com o gosto do beijo,
Carnuda.
E esse brilho do olhar
Ao olhar para o nada,
Voltará a brilhar,
Alvorada.
Deixo-te agora,
Sem aceno ou veneno,
Sem palavras ensaiadas,
Sem sereno.
Deixo-te ao mundo que sempre foi teu.
Sem mais.
Sem ais.
Sem eu.

Beijo pra quem é de beijo.
Abraço pra quem é de abraço.

segunda-feira, 9 de julho de 2012


Encontro in (esperado)

Olhares que se cruzaram entre os feixes de luz,
Um lance, um terremoto, um encontro.
E entre relutâncias e reticências anônimas,
As bocas se fundiram em meio à multidão.
Foi um devastamento de pudores e continências,
Um arrebatamento que preenche todo o vazio.
Foi carne exposta, peito aberto e sorriso largo,
Foi língua nua,
Foi lar e rua,
Foi cio.
Foi a entrega inesperada e esperada.
Foi o tapa na cara de um passado frio.
Foi furor e fervor e paz desarmada.
Foi delírio e desejo e o medo vil.
Um encontro de dois que em tantos se fez.
Um encanto de faz de conta.

Um poema moderno e careta,
Uma carta na mesa,
Um labirinto de dúvidas,
Uma certeza.

( Uma homenagem aos encontros in(esperados) pela vida afora...)

Beijo pra quem é de beijo.

Abraço pra quem é de abraço!