quarta-feira, 27 de julho de 2011

A Loba - Sobre mulheres e outros labirintos


Amante da noite e dos mistérios da rua,
Abraça sem pudores para aquecer a ninhada,
Astuta e destemida para as lutas do dia,
Perspicaz para enfrentar as feras da madrugada.

Tem a ternura da mãe que se empresta ao filho,
E o sangue fervente dos que têm a coragem,
Tem os olhos e as danças de uma fera no cio,
Intimida os pequenos com seu instinto selvagem.

Com o dom protetor de quem lambre a cria,
Ela arrasta as tristezas por onde passa,
Estrutura seu bando com tamanha harmonia,
Não precisa de macho, pois também vai à caça.

Corre nua pelas matas, percorre novos caminhos,
Já não teme seus moinhos e é dona de suas palavras,
Tem na pele as cicatrizes dos que amam sem medidas,
Vai curando as feridas e desvendando suas ciladas.

À Carolina Pimentel... que de tão grande, não cabe em um poema, mas que de tão intensa, tantos poemas lhe cabem.

Beijo pra quem é de beijo.
Abraço pra quem é de abraço.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Curvas - Sobre mulheres e outros labirintos.


A luz intensa que aturdia os corpos,
A penumbra marcante que encobria os pudores,
E lá elas estavam.
Em meio a olhares atônitos e libidinosos,
Entre pernas e mãos e linguas e lábios,
Um convite para o universo indefinido da mulher.
Eram movimentos de serpente ao dar o bote certeiro,
Eram desejos que explodiam como um vulcão traiçoeiro.
Os nãos se tornaram obsoletos
E os sins romperam os medos,
Foram bundas e peitos e coxas e dedos.
Cada qual com suas reentrâncias e suas aspas,
Cada uma com seus avessos e com suas ciladas.
Eram bocas abertas contemplando a paisagem,
Os movimentos ariscos de uma gata selvagem.
Eram homens disformes diante de tantas curvas,
Tantos beijos que deixaram as palavras mudas.

Enfim... just for you!

Beijo pra quem é de beijo.
Abraço pra quem é de abraço!