segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Um pouco de poesia para acalmar os corações indóceis...


Desejo

Desejo, desejo, desejo,
As mãos percorrem sem rumo,
As curvas do corpo teu,
Desbravando tua inocencia,
Aflorando tua veemência.

Beijo tua boca estremecida,
Sugando-lhe o n[ectar, meu sustento,
Vou descendo suavemente meus lábios,
Diante de ti, nessa hora, me apequeno.

Tuas pernas me prendem sutilmente,
Dominando este ser enlouquecido,
Clamando um galope voluptuoso,
Nos caminhos do prazer indefinido.

A cama balança atrozmente
No vai e vem dos suspiros e gemidos,
Um calor vulcaniza o ambiente,
Ardente, completo, reduzido.

Os gemidos se combinam com palavras,
Declarações de um amor indescritível,
Que acalenta, satisfaz e enaltece,
Dá à vida a direção e o sentido.

Após um gozo inacabável,
Entorpecidos e entregues ao delírio,
Trocamos um olhar irrefutável,
Abraçados, sorrimos apaixonados,

Por um minuto pairao silêncio,
Rompido por um sussurro baixinho,
Juras de amor celadas com um beijo,
Eternizadas por um único desejo,
Amar, amar, amar...

domingo, 21 de dezembro de 2008

" quem tem amigo não se governa"


Não sei quanto a você, mas eu tenho uma dificuldade tremenda em dizer NÃO. por isso, as vezes faço coisas que não teria feito sem uma insistência mais incrementada e, também, acabo por fazer o que provavelmente não faria se tivesse que tomar a iniciativa.
Meus incansáveis "sins" já me renderam alguns constrangimentos, algumas situações inconvenientes ou até mesmo vexatórias, mas também já resultaram em boas surpresas, longas noites de diversão e muitas risadas [em especial à confraria dos absoluts].
Deitado em meu ouvinte mais atento - meu travesseiro - or vezes tento buscar explicações para esse meu complexo do não. Será medo de decepcionar alguém? Será o desejo de ir até o fim da linha para ver aonde vai dar? Será a necessidade de experimentar novas descobertas?
Uma grande amiga achou uma comunidade no orkut e me mandou o link dizendo ser " a minha cara". Eis o título: " quem tem amigo não se governa". Foi identificação total.
Descobri que o problema não está em mim, muito menos nos outros. Na verdade, problema nenhum há. Estou aprendendo com o tempo a enxergar os aspectos positivos até dos meus defeitos. E enquanto eu não me governar, pelo menos é um sinal de que amigos tenho...
Agora que você já sabe meu ponto fraco, faço questão de dizer que há ressalvas. Afinal, um não dito na hora certa poderá trazer muitos "sins" mais tarde. E é mais tarde que as coisas se tornam bem mais interessantes.


"Enquanto se tenha ao menos um amigo, ninguém é inútil".
(Robert Louis Stevenson)


PS.: em especial a todos os meus amigos (e amigas) que enchem de alegria cada segundo da minha existência.

sábado, 20 de dezembro de 2008

As horas ( crônicas do tempo)


Sabe-se lá quanto tempo vou viver. As horas são como as águas de um rio. Incansáveis. Nunca se repetem. Pulam de galho em galho como um macaco esquizofrênico. São como um barco à deriva no oceano. As horas desfazem muitos planos, mas também abrem muitos caminhos. Uma hora tudo vai acontecer. Em uma hora. São horas de espera. Ora bolas! Mas o que são vinte e quatro horas? Mais um dia entre tantos outros. Fico observando as horas passarem. Dizem que uma hora tudo vai dar certo. A cada vez que respiro morre uma pessoa no Japão. Pena que meu fôlego seja tão ruim. Ouvia sempre isso quando criança e passei anos pensando que tinha uma respiração letal. Só depois descobri a beleza das metáforas. Cento e noventa e dois mil setecentos e vinte horas de vida. Vinte e dois anos. Agora entendo por que o tempo é inimigo das horas. Pena que elas passem tão despercebidas. Uma hora é muito pouco. O que eu posso fazer em uma hora? Na verdade, cada um tem as suas horas. Ou será que as horas é que nos têm? Sabe-se lá quanto tempo vou viver. Só sei que uma hora vou morrer. 1:00h?

PS.: quem tiver seus escritos, poesia, crônica, frases soltas, enfim, pode ficar a vontade em postar aqui. Criei esse espaço com o objetivo de realmente transformá-lo em um vórtice literário. Podem começar a escrever...

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

eu...


Eu sou os olhos curiosos de quem descobre coisas novas.
Sou a palavra que encanta, que espanta e que provoca.
Sou como a água do rio, levada inexorávelmente para o desconhecido.
Sou um abraço forte, o amor incondicional de mãe e o conforto de um ombro amigo.
Sou a dor da perda, a lágrima da despedida, o sorriso do encontro.
Sou a paixão do adolescente, a esperança de uma gestante, as tentações de um precípício.
Sou impreciso.
Sou a mão do carrasco que decapita friamente.
Sou o beijo voluptuoso na madrugada.
Sou a presa devorada ferozmente.
Sou nada.
Não existem conceitos ou dogmas para me descrever.
Sou escravo do tempo.
Sou um tapa no rosto.
Sou a voz do silêncio.
Sou intenso.
Sou a espada contra os moinhos de vento.
Sou o estandarte que anuncia a mudança.
Sou o aprendiz que observa atento.
Sou esperança.
Enfim, eu sou como você.
Eu não sou como você.
Eu não sou.
Eu sou.
Eu.

O começo

Para a mente de um poeta não há nada mais inquieto que sua própria existência. Portanto, contar a história de um poeta é provocar um vórtice em cada um que tentar desvendá-la. è tocar no mais profundo da alma e mergulhar no grande abismo de si mesmo.
Dar o impulso inicial é sempre o passo mais difícil a ser tomado. Escrever parece difícil porque ninguém consegue mentir para si mesmo. Pelo menos não de verdade. As máscaras encobrem apenas o notório, o óbvio, o nítido. Escrever é ter coragem de enfrentar os dedos tesos, as bocas moles. É ter a petulância de argumentar contra os dogmas e romper os velhos paradigmas.
Esse blog é nada mais que um convite. Um convite a cada um que o ler, a garimpar as palavras encravadas em suas mentes. Movimentem--se. A inquietude leva à busca e como diz a sabedira popular " quem procura, acha". Nunca se canse de procurar, seja o que for.
Quer uma dica? Começe desenhando um "o" com um copo. Na verdade é bem mais difícil do que parece. Caso você consiga, certamente estará pronto para escrever. Prometo que não vai doer...